Roma. Não a atual. A antiga. Do Império. Da República. Dos Césares. Dos escravos. Das Legiões. Dos gladiadores.
Homens lutavam até a morte apenas para divertir outros homens.
Se você fosse um senhor importante, um “Dominus”, poderia dormir com quantas de suas escravas (ou escravos) você quisesse. Era a famosa orgia romana.
Políticos eram traídos e assassinados. “Nada contra eles”, diriam seus assassinos, “só queríamos o poder”.
Países eram invadidos, não por alguma ideologia. Apenas por que o meu exército é mais forte que o seu e você tem algo que me interessa. Civis morriam ou se tornavam escravos. Ninguém parecia se importar com isso em Roma.
Mas o tempo passou. A Terra deu milhares de volta no Sol. Um homem foi pregado na madeira, outros tantos foram queimados em fogueiras e uns franceses perderam a cabeça. No mundo de hoje não cabem mais barbaridades como aquelas de Roma. Será?
Em relação aos gladiadores, muitos podem pensar que o comparativo moderno são os torneios de arte maciais mistas, como o adorado e odiado UFC. Em matéria de despertar a “sede de sangue” dos telespectadores, a semelhança até pode ser válida, mas ainda é frágil. Ninguém morre nesses torneios. Prova da evolução do homem? Seria se esses torneios fossem o equivalente às lutas dos gladiadores do passado, mas não são.
Guerras do Petróleo (não são chamadas assim, mas você sabe exatamente do que eu estou falando). Como você as descreveria? Retirando todas as máscaras das histórias de guerras contadas, elas podem ser resumidas da seguinte forma: sem petróleo, o estilo de vida moderno (ou americano) fica fortemente prejudicado. Vamos invadir esses países para garantir a manutenção do nosso estilo de vida. E assim, algumas pessoas vão morrer e outras vão trabalhar como escravos para que você possa comprar um tênis novo. E ninguém se impressiona com isso.
Quanto às orgias romanas, elas não ficaram no passado. A diferença é que hoje o poder se concentra mais fortemente no dinheiro. Tendo uma quantidade suficiente de papéis coloridos, basta você comprar um jornal e olhar os classificados que você terá a oportunidade de dormir com quantas pessoas você quiser. Poderá ter qualquer tipo de sexo (até alguns que não existiam na antiguidade). E você nem precisa ser um “Dominus”.
Países continuam sendo invadidos por possuirem matéria-prima de interesse de outros países. Pessoas continuam morrendo para a diversão das outras. Enquanto antes existiam escravos que trabalhavam apenas em troca de comida e um teto, nos dias de hoje existem pessoas que trabalham em troca de um salário (tão baixo que só é suficiente para a comida e o aluguel). Com dinheiro e por dinheiro, representação do poder na atualidade, as pessoas podem fazer – e fazem – basicamente tudo que era feito na Roma Antiga.
É claro que mudou. Pelo amor de Deus! Houveram revoluções em quase todas as áreas, desde sociais até tecnológicas, pessoas morreram nessas revoluções e seria até injusto com elas se eu dissesse que o mundo não mudou desde então.
Nunca se viveu tanto e nunca houve tanto acesso à informação.
Sabe o que não mudou nada?
O homem.
Esse sim, é basicamente o mesmo desde que alguém achou que era uma boa ideia descer das árvores.
E assim vamos vivendo. Trocamos sêmen por dinheiro, dinheiro por sangue e sangue por um tênis novo.
E você, ainda acha que estamos muito na frente dos romanos?
Por: http://www.histeria.blog.br/melhor-que-os-romanos/ Edição: Dann Rocha
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